sexta-feira, 10 de novembro de 2023

De volta ao Rio de Janeiro após 15 anos, RBD dá show de amor e nostalgia no Nilton Santos - Engenhão

A banda se apresentou na noite de quinta-feira (9), no primeiro show da turnê 'Soy Rebelde' pelo Brasil. Os artistas se emocionaram e tiveram momento único com o público.

Lar da emoção, o Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, abrigou também outros sentimentos nesta quinta-feira (9) — data do primeiro show do grupo RBD em solo brasileiro pela turnê "Soy Rebelde". O amor e a nostalgia da banda e dos 64,5 mil fãs ali presentes se destacaram, 15 anos após a última apresentação do grupo na cidade.


Com as cores do Brasil cravejadas em figurinos extravagantes, os cinco rebeldes — Anahí, Christian Chávez, Christopher von Uckermann, Dulce María e Maite Perroni — desceram ao palco como se caíssem do céu, enquanto interpretavam "Tras de Mi".

O público, que cantava a plenos pulmões e preenchia o Engenhão, tinha finalmente o que esperava desde março, quando esgotaram os ingressos para todos os shows no Brasil.

"Estão prontos para dançar? Para curtir? Bem-vindos ao Elite Way School", gritou Christian em português, fazendo referência ao colégio da novela "Rebelde".

A seguir, "Un poco de tu amor", "Cerquita de ti" (lançada neste ano), "Aún hay algo" e "Otro día que va" ambientavam a plateia à magnitude oferecida pelo RBD: uma produção grandiosa, acompanhada por uma banda robusta de oito músicos, que criou versões melhoradas dos hits, além de uma estrutura de palco impressionante.


A turnê "Soy Rebelde" traz momentos de força feminina, quando Dulce María, Anahí e Maite se juntam para um medley com as famosas "Asi soy yo", "Cuando el amor se acaba" e "Fuego".

Com "Inalcanzable", Christopher deu início ao que seria repetido até o final do show: cada integrante teria um momento solo com a plateia. O cantor pediu paz ao mundo, enquanto era iluminado pelo show de luzes das pulseiras de led distribuídas na entrada.

Declarações de amor e agradecimento à fidelidade do público brasileiro fanático estavam presentes nos detalhes, desde o microfone até os lembretes de cada rebelde, em diversos momentos do show.

"Esse nosso sonho e de milhões de outras pessoas é por causa de vocês. Por sua música, por sua paixão, por serem únicos. Eu te amo pra sempre, Brasil", declarou Dulce, emocionada.


Depois, o público pôde ver um Christian livre e performático, usando no leque e em detalhes do corset as cores da bandeira LGBTQIAP+. Em sua vez de intimidade com os fãs, o rebelde apareceu com um vestido voluptuoso sentado em um trono, tal como uma rainha campy.

"A homossexualidade não é pecado. HIV positivo não é pecado. E se alguém não me quiser, que se f*da. Brasil, eu te amo", disse. O cantor assumiu sua sexualidade pouco antes do fim do sexteto.

Mas a liberdade se estendia aos outros integrantes. Pela primeira vez, podiam cantar sem a pressão da Televisa, que à época da novela detinha a autonomia dos artistas, os direitos da marca e o lucro obtido com o sucesso mundial do grupo.


Alfonso Herrera, integrante do RBD que não quis participar da nova turnê, falou da suposta exploração ao "El País México", em publicação deste ano.

O RBD sabe que os fãs brasileiros são diferentes, "conhecem todas as músicas", disse Cristian impressionado.

À pedido, o grupo mudou o setlist performado nos outros shows da turnê. "Vocês pediram!", declarou o rebelde. O medley "Una Canción", "A tu lado" e "Adiós" emocionou o público e deixou Anahí em lágrimas.


A parte final do show arrebatou a plateia, com a apresentação solo da eterna Mia Colucci, da música "Sálvame". Dezoito anos após o lançamento, o hino da decepção amorosa continua atemporal, graças a artistas como Karol G e Bad Bunny, que já interpretaram a canção.

"Após 15 anos, voltei para minha casa. Os anos passaram... Hoje tenho 40 anos, sou mãe, mas nunca me esqueci de vocês!", gritou a loirinha, usando o tradicional chapéu de cowboy rosa.

Após "Nuestro Amor" e "Rebelde" encerrarem o espetáculo, RBD mostrou a potência da sua música, que vai além de questões técnicas de produção, classificada como simplória por analistas.


A validade da "Soy Rebelde Tour" e o legado do maior grupo pop da América Latina estão no ato simplista do fã de se conectar a si mesmo, como se estivesse lendo o seu próprio diário de adolescente ou revisitando amigos de infância.

Os rebeldes fazem mais um show em solo carioca, nesta sexta-feira (10), e outras seis apresentações em São Paulo, no Estádio do Morumbi e no Allianz Parque, com ingressos esgotados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário