Arthur Mancini nasceu e viveu a infância toda no interior de São Paulo, ainda muito jovem, na adolescência, foi se aventurar em viver na capital do estado, onde trabalhou um período como vendedor em uma loja de roupas na Oscar Freire e foi promoter em algumas festas do segmento LGBTQIA+. A vida para um jovem que mora sozinho na Capital de São Paulo nem sempre é fácil, e com a pouca idade e baixa remuneração de seus trabalhos na época Arthur acabou se endividando, e encontrou no entrenimento adulto uma escapatória rápida para a resolução de seus problemas mais urgentes daquela fase. Ele trabalhou nessa área durante onze anos da sua vida. Arthur Mancini se tornou uma das maiores referências no mercado adulto nacional, em uma época que as redes sociais não eram um meio tão forte de divulgação, e a exposição do próprio corpo e comercialização do sexo era um tabbo ainda maior, até mesmo no meio gay. Arthur se tornou tão conhecido que é difícil um consumidor desse mercado nos anos 2000 não conhecer o seu nome.
O influenciador digital Arthur Mancini segue sendo muito conhecido no meio gay, e tem usado essa visibilidade em campanhas de conscientização contra a sorofobia, que é o preconceito, medo, rejeição e discriminação contra as pessoas que vivem com HIV. O estigma sorológico existe em todo o mundo em uma variedade de formas, incluindo a rejeição social, discriminação e evitação de pessoas infectadas pelo vírus. A violência relacionada com o estigma ou o medo da violência impede muitas pessoas de procurarem o teste de HIV, voltando para seus resultados, ou garantir o tratamento, possivelmente, transformando o que poderia ser uma doença crônica controlável em uma sentença de morte e perpetuando a propagação do mesmo. Muitas vezes, o estigma sorológico ou a discriminação são expressos, de acordo com um ou mais outros estigmas, particularmente aqueles associados com a homossexualidade, a bissexualidade, a promiscuidade e os profissionais do sexo. Para Arthur, usar seus espaços na internet para conscientizar as pessoas sobre assuntos sociais e de saúde pública, assim como quebrar tabus e desmistificar preconceitos existentes pela falta de informação, é um dever social.
"Eu luto para que as pessoas sejam respeitadas, que elas se cuidem, e se amem, independente de como são, e o que escolheram fazer da vida. Eu acho triste ver as pessoas se envergonharem de quem são ou do que fizeram, como no caso do HIV, se envergonharem por um diagnóstico, por conta do que as pessoas vão pensar, ou dizer, é triste que a sociedade ainda seja opressora, cheia de julgamentos e preconceitos. Se eu tenho pessoas que me acompanham, porque não usar os meus espaços para propagar informação e respeito? É ai que precisamos ter a responsabilidade social de falar sim." - Conclui ele, que é o novo rosto da OraQuick, um autoteste oral capaz de detectar o vírus HIV.
Ainda sobre a inclusão social, Arthur fez uma live em seu Instagram para os seus 163 mil seguidores com um tradutor e intérprete de libras para se conectar com os deficientes auditivos, a iniciativa foi tomada por ele em busca de transformar as suas redes sociais em espaços mais inclusivos, acessíveis e representativos, o que acaba humanizando mais as interações virtuais, que em um âmbito mais geral ainda encontra uma série de obstáculos para se tornar de fato acessível para todas as pessoas. A live de Arthur no Instagram contou também com a presença de Ariadna Arantes, ex-BBB, agora ex participante de No Limite e influenciadora digital que dá voz a vivência trans e é uma das principais representantes contra a transfobia no Brasil. A live de Arthur ultrapassa 57 mil visualizações em seu perfil do Instagram e é um marco em sua carreira. São em ações como essas que podemos ver que o engajamento dele nas redes sociais é sempre pensado com uma consciência maior, e uma responsabilidade social por trás também. Arthur de fato tem muito mais para mostrar do que já foi mostrado, e muito mais para falar para além das coisas que já foram faladas.
Ao ser questionado se esse posicionamento seria uma nova versão que ele quer que as pessoas tenham dele ele disse - "Eu não consigo ver o que está acontecendo comigo agora por essa ótica, não existe um novo novo Arthur Mancini, existe um Arthur Mancini com outras experiências a serem trocadas, hoje sou um homem com mais vivência, mais bagagens, mais consciência sobre vários assuntos, e estou buscando falar de outras coisas e expor outras coisas, aquele Arthur de anos atrás é parte da construção da pessoa que eu sou hoje, a vida é um fluxo, nós sempre somos e seremos nós mesmos, mas a gente muda a todo tempo, a cada experiência vivida, a gente amadurece e ressiginifica coisas. Eu não quero que as pessoas pensem que aquele Arthur não existe mais, elas só precisam entender que agora estou em uma outra fase da minha vida, que eu cresci e escolhi uma outra direção profissional para seguir".
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