quarta-feira, 22 de julho de 2015

Universo teórico do Designer: Desenho de Moda.


A habilidade de desenhar e as estruturas do croqui de moda: Desenhar é uma habilidade que você só consegue aprimorar ou adquirir através da prática, não adianta querer desenhar bem sem nunca ter tentado, comece mesmo que seja com rabiscos e treine seu traço por 20 minutos ao dia durante certo período e verá que com o passar do tempo seu traço irá melhorar.  Se começar a reparar tudo o que te cerca e lhe parece interessante, verá que não faltarão opções a serem retratadas através dos traços conforme a sua atual habilidade, mesmo que ela seja primaria e básica. Reparar não é só olhar, pois é só olhando de forma diferente e reparando os elementos é que você irá criar em sua mente variadas maneiras de representação. Identifique as formas mais complexas e simples do objeto, isso servirá para você esboçá-lo com mais facilidade.

Não tenha medo de arriscar, deixe a sua mão e imaginação correrem soltas, é assim que conseguirá delimitar caminhos, territórios e formas através das linhas, pode ser que alguns de seus traços não resultem em algo interessante, mas outros poderão ser uma forma de expressar e originar novas experiências dentro da prática do desenho. Lembre-se que todo desenho terminado veio de uma ou mais tentativas dentro do esboço. Que tal pegar um objeto e desenhá-lo uma vez por dia durante uma semana? Garanto que se comparar os últimos desenhos com o primeiro você notará que houve uma melhora visível no seu desempenho como desenhista. O ideal é que seus traços sejam treinados em uma folha de papel branca, pois ela possibilita que sua imaginação percorra de forma mais ampla e livre.

É interessante também que treine seus traços com lápis, pois ele pode ser usado de inúmeras maneiras que vão variando através das pontas que nele são feitas, outro aspecto a ser analisado é os diferentes grafites que este objeto possui.  Tanto as pontas do lápis, seu grafite e a superfície do papel podem dar um outro efeito no desenho. No desenho não é a cor que irá nos dizer o que ele é ou significa, e sim suas formas, luz e sombra.  Sua forma se dá por contornos feitos por bordas e linhas, a luminosidade que o desenho possui deve ser analisada juntamente com seus volumes e profundidades (dimensionalidade desejada no desenho), assim como as relações de distancia para que ele seja melhor expressado e entendido. É através da luz e da sombra que vemos as formas dos corpos, pois ela é a expressão fundamental para que seu desenho tenha dimensão e volume.

Depois de ter praticado os traços com representações estáticas, arrisque-se em desenhar objetos que tenham movimento, você irá conseguir fazê-lo levando em consideração suas linhas direcionais, curvas e ângulos, chegando assim na pose que você deseja expressar. Uma representação mais detalhada pode ser mais eficaz neste caso. Parece complicado, mas não é, basta exercitar seu olhar e noções de proporções. Como citei antes você poderá usar diferentes tipos de lápis e superfícies de folhas ao se aventurar no seu treino.  Os papéis acetinados não possuem granulação, permitindo assim tonalidades acinzentadas e degrades muito suaves, já os papéis de textura são ideais para serem traçados por grafites mais macios criando efeitos mais fortes sobre a folha.


Os lápis de graduação macia são bastante utilizados para desenhos artísticos, estes são 7B, 6B, 5B, 4B e 3B, os lápis de graduação média que são de uso comum são 2B, 1B, GB e 2F. Os lápis de graduação dura que são muito usados em desenhos técnicos são H, 2H, 3H, 4H e 5H, já os de graduação extra dura são 6H, 7H, 8H e 9H. Antes de começar a desenhar é importante que você esteja atento em estar em uma postura cômoda, onde com um só golpe de vista você consiga ver toda a superfície do papel, procure uma iluminação adequada para que você enxergue melhor sem que haja sombra projetada sobre o seu desenho para que a sua visão sobre ele não seja distorcida. É interessante que você mantenha limpa as áreas em branco do seu papel assim como os sombreados, evite manchá-los ou sujá-los, pois este aspecto pode interferir no resultado final do seu trabalho.
Um ótimo livro que pode te ajudar a treinar suas habilidades no desenho é o “Desenhando com o Lado Direito do Cérebro” de Betty Edwards, publicado pela editora Ediouro.

O corpo humano desenhado nas medidas ideais é dividido por oito partes iguais, sendo que cada uma delas possuiu o tamanho da altura da cabeça, mas para o croqui de moda isso não é muito aplicado, pois a intenção não é que ele seja uma representação exata da realidade. O mais interessante a ser feito dentro de um croqui é a exageração de alguns aspectos que vão variando através da identidade de quem o faz. No mundo da moda o mais aconselhável é que haja um alongamento nas pernas do croqui para que ele tenha mais elegância e fique mais estilizado. Vale ressaltar que a grande maioria dos croquis de hoje em dia são altos e magros, pois eles expressam o ideal de beleza desta época. Se você pegar os croquis das décadas passadas provavelmente verá outros aspectos sendo destacados dentro deles, talvez um ombro mais largo, uma cintura mais fina, ou até mesmo um quadril mais avantajado. 

Tanto na representação real ou croqui e ilustração de moda, o corpo feminino alarga-se de cima para baixo até o quadril, já o corpo masculino alarga-se de baixo para cima, seguindo do quadril até a linha dos ombros. Quando falamos sobre croquis de moda, não podemos deixar de falar sobre um fator de grande importância em sua composição, a criação e ilustração das roupas.  Quer autenticidade na sua ilustração de moda? Quer um padrão profissional sobre ele? Esteja então muito atento ao observar os detalhes dos tecidos, como eles caem e se drapejam no corpo se moldando, para que na hora de desenhá-los você consiga representá-los com maior exatidão. Estes tecidos por sua vez podem ter ou não estampas, há uma grande variedade de estampas, elas podem ter desenhos de flores, borboletas, frutas, pássaros, círculos, triângulos...  Enfim, inúmeras possibilidades.

Geralmente estas estampas contêm repetições de elementos, e será preciso que você as diminua conforme o tamanho do seu croqui na hora de desenhá-la. Ao reduzir uma estampa complexa elimine alguns detalhes que possam parecer excessivos em escala menor, faça uma adaptação visual reproduzindo alguns aspectos e disfarçando outros. Faça essa mesma reprodução de detalhes com os pontos e acabamentos dados as peças que você desejar desenhar, tais como botões, zíperes e acessórios.

Um bom livro para te ajudar a desenvolver técnicas dentro do seu croqui é o “Desenho de Moda – Técnicas de ilustração para estilistas” de Michele Wesen Bryant, publicado pela editora Senac.

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