segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Especial sobre o álbum Glory (Re-issue 2020) da Britney Spears.

Britney Spears, relançou o seu álbum "Glory", de 2016, no finalzinho de 2020. Agora com um novo visual, remixes e faixas inéditas, uma delas é uma colaboração com o grupo Backstreet Boys, a cantora surpreendeu os fãs e até mesmo os amantes dos anos 2000 ao divulgar a música "Matches". Essa é a primeira colaboração de Spears com o grupo formado por AJ McLean, Howie Dorough, Nick Carter, Kevin Richardson e Brian Littrell – ambos sucessos estrondosos no início do século 21.

Uma dessas faixas novas que entraram no álbum é “Mood Ring”, que estava disponível apenas na Ásia, o público foi surpreendido com os números alcançados pela faixa disponibilizada de forma tardia nos serviços de streaming. Com quatro anos após seu lançamento, a faixa chegou a entrar na  playlist “As 50 viriais do mundo”, do Spotify. A partir daí, a canção alcançou bons números como a entrada no top 20 das músicas pop mais vendidas do Reino Unido, um top 10 na Escócia e outros 28 países, o topo do Itunes de 17 países incluindo o dos Estados Unidos e do Brasil e uma entrada no top 5 na parada Digital Songs Sales norte americana, que mede as vendas digitais. Para se ter uma noção do sucesso, a faixa foi mais vendida que o single Rockstar da DaBaby que alcançou o topo da parada Hot100 da Billboard.

A revista Forbes enalteceu o desempenho da canção de Spears que teve zero divulgação e não vem sendo promovida nas rádios. A publicação ainda faz um comparativo com as outras canções da cantora, exaltando sua força e dando grandes méritos aos fãs de Britney, que foram os grandes responsáveis pela expressiva trajetória da canção.

“Swimming In The Stars”, com cerca de um dia e meio de contagem nos algoritmos da Billboard, conseguiu debutar na “Digital Songs Sales” ocupando a 18° posição e ocupou o topo do iTunes mundial em 24 horas e ficou lá por dois dias.

A revista americana Billboard elogiou os vocais da cantora nas faixas do projeto, e afirmou que ela pode ter desaparecido da cena pop há muito tempo, mas continua relevante. “No Glory temos uma Spears cujos vocais confiantes não dão importância para os esnobes da música que zombam de sua voz. Ela sabe que tem uma das vozes mais reconhecidas do planeta, e 33,4 milhões de álbuns vendidos só nos Estados Unidos dizem que nós gostamos do que ouvimos”, aponta um trecho.

A revista americana aponta também que Britney tem um grande diferencial como popstar: a despretensão. “Como Britney Spears, a popstar, se encaixa nessa Era da Beyoncé? Ela é acentuadamente apolítica. Ela não professa o feminismo como Taylor Swift, Lorde ou Miley Cyrus. Ela nem sequer diz mensagens vagamente empoderadoras como Katy Perry. Ela é outra coisa. Ela é uma sobrevivente, de uma maneira que nem sua grande antecessora, Madonna, é. Ela realmente foi destruída pela máquina da mídia e voltou de novo e de novo, e talvez até mesmo bem desta vez. Nem todos nós amamos sua música, mas todos queremos seu triunfo.”

"Clumsy" a faixa número 7 do álbum foi eleita uma das melhores músicas do ano em que foi lançada, pela Rolling Stones. Já o álbum chegou 3 vezes no topo dos álbuns mais vendidos dos Estados Unidos em 2020 no chart POP álbuns, foi o quinto álbum de artista do sexo feminino mais vendido do mundo na sua semana de lançamento. Antes do álbum ser relançado no mês passado, mesmo estando há quatro anos sem novas estreias, Britney Spears garantiu top 40 dos artistas mais ouvidos do mundo no Spotify em 2020, a lista contou com nomes como Dua Lipa, The Weeknd, Billie Eilish, Ariana Grande e até nossa brasileira Anitta. O fato é que Britney não lançava nenhuma novidade desde 2016. 

As fotos feitas por David LaChapelle para o booklet do álbum foi realizado no deserto de Las Vegas, e teve como inspiração o ensaio fotográfico da fotografa sul-africana Alexa Singer com a modelo sudanesa Akuol De Mabior no deserto da Namíbia. Quer arte? Temos!

O famoso fotógrafo sempre faz arte surrealista em seus trabalhos, sempre com mensagens subliminares. Ele fala coisas sobre os artistas através de montagens. Com o booklet do Glory não foi diferente. Ele usou carros amassados no fundo de uma das fotos e fez os fãs questionarem o significado de tudo aquilo. Nada do que ele faz é aleatório! Foi descoberto que ele usou no fundo uma arte feita por ele mesmo, chamada de “The Crash” (O Acidente). 

Ela fez parte de uma exibição dele de 2009, chamada “Cars and Money“, descrita como: “Na exposição, o artista examina os conceitos de dinheiro, status e luxo que ele tanto construiu. “The Crash” inclui trabalhos com nomes de slogans em publicidade automotiva, que apresentam uma colagem de imagens mostrando carros esmagados e destruídos, literalmente re-contextualizando automóveis de última geração e nos forçando a repensar nossa ideia de luxo.

Sabendo disso fica fácil de entender o conceito. A Britney é um acidente da indústria musical. Sempre consegue se reerguer quando ninguém mais acredita nela, mover a máquina do pop. É um nome muito forte, mas que foi destruída. Ou pelo menos tem por trás dela um passado cheio de acidentes e destruição. Ela está deslumbrante sobre pedaços espelhados que refletem a imagem dela que, mesmo danificada, continua intacta. Os óculos de sol, tão característicos de sua vida em 2007, de quando ela era perseguida por paparazzis (que destruíam a imagem dela), são a proteção contra os flashes inoportunos e a barreira que ela teve que criar entre sua vida privada e os holofotes.

No conceito original do photoshoot de David La Chapelle para o booklet a Britney Spears esta acorrentada a uma casa. Correntes e cenários foram removidos de algumas imagens e tiradas do contexto real para serem lançadas em materiais oficiais com uma mensagem mais leve e menos agressiva. O clipe original de Make Me que foi engavetado em 2016 a mando de Jamie Spears, pai da cantora, mostra Britney saindo do trabalho e indo para uma casa, onde passa o dia malhando - que é o que ela se postava fazendo no Instagram - e se retrata presa em uma jaula dentro dessa mesma casa. Britney termina o vídeo demolindo a casa onde ela estava presa chegando a sua gloria, que esta na liberdade. Tudo indica que esse foi o conceito boicotado pela "equipe" dela, pois ia contra os interesses de seu pai que é seu conservador legal e decide absolutamente tudo na vida  e carreira da cantora de 38 anos, que luta na justiça para ter sua liberdade após ser controlada por seu pai e time de empresários pelos últimos 13 anos.

As fotos originais podem vazar a qualquer momento na internet. Sobre a censura em seu trabalho David comentou: “Eu tenho lidado com sua equipe por todos esses anos. As histórias que eu tenho vão além. Você não acreditaria nas bostas que testemunhei, especialmente com esse último clipe que fizemos juntos. Não tenho nem estômago para as coisas que foram ditas, e é por isso que eu não quis ter mais nada a ver com o projeto ou com sua equipe”, escreveu no Instagram, em resposta a um fã da cantora. “A única direção que Britney me deu para esse vídeo foi de filmá-la em uma gaiola. Naquele tempo eu não entendi porque ela queria ser filmada em uma gaiola. A princípio, em pensei em filmá-la como uma tigresa, mas olhando pra trás parece que ela queria comunicar que ela estava em uma cadeia. Para todos da minha equipe, pelo menos, nós podíamos ver que algo estava errado…”, já havia declarado, “para o vídeo de ‘Everytime’, a única direção que Britney me deu foi que ela queria morrer no vídeo. Olhando pra trás agora, parece pra mim que tudo isso eram gritos por ajuda, que ela queria comunicar através de seus vídeos, da sua arte” - Finalizou ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário