quinta-feira, 30 de julho de 2015

Capital alemã é o centro do grafite!

Ao lado de Paris e Nova York, Berlim está na vanguarda do grafite, a arte de rua que substituiu a pichação. A cultura da grafitagem surgiu no lado ocidental da capital alemã nos início dos anos 1980, ainda sob o clima de tensão da Guerra Fria. Com mais de 150 quilômetros de espaço em branco e pouca vigilância policial, o Muro de Berlim foi o alvo das primeiras manifestações do gênero. Eram pinturas que incitavam reflexões através da arte.


Com a queda do famigerado muro, em 1989, o movimento dos artistas do spray ganhou força pelas ruas e construções, sobretudo na parte oriental (leste) da cidade, que estava velha e abandonada. Algumas ruínas do muro existentes até hoje logo serviram de tela para os grafiteiros. Um bom exemplo é o trecho turístico de 1,3 km conhecido como East Side Gallery. A fim de criar um memorial da liberdade, sua parede foi coberta com mais de 100 grafites feitos em 1990 por artistas de 20 países. De quebra, o lugar virou a maior galeria de arte a céu aberto do mundo.


Atualmente, Berlim gaba-se por ser a cidade mais grafitada da Europa. E as intervenções coloridas no cenário urbano não se limitam somente ao muro. Os desenhos espalham-se por muitos bairros, prédios antigos ou vazios, fábricas abandonadas, semáforos, estações, trilhos elevados de trem e muitos outros espaços públicos com vocação de tela em branco para os criativos grafiteiros. Há trabalhos até reconhecidos e expostos em dezenas de galerias e ateliês de arte contemporânea, sem falar nas inúmeras lojas especializadas existentes por lá.


Aos visitantes mais interessados no tema, dá para fazer um walking tour (passeio a pé) com guia turístico para conhecer a história do grafite na cidade. Os três principais bairros do roteiro são o Friedrischshain, Krauzberg e Mitte. Neste último, encontra-se a ocupação Kunsthaus Tacheles, uma antiga loja de departamentos ocupada por nazistas que passou a abrigar artistas independentes desde 1990. Do histórico edifício, vale admirar a fachada, seus corredores e escadarias grafitados. Mas o melhor está em ver os moradores em seus estúdios, comprar trabalhos, camisetas e colagens da arte urbana.


O passeio acaba no famoso East Side Gallery, onde a conclusão se faz óbvia: o grafite só enriquece a cena de arte alternativa de Berlim. E há ainda muito espaço livre e espírito libertário para criar e rabiscar. Outras metrópoles poderiam seguir esse mesmo bom exemplo.

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