terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Resumão: London Fashion Week Outono/Inverno 2015

Começou na sexta-feira (09/01) a Semana de Moda Masculina nas nas principais capitais europeias. Durante duas semanas, Londres, Milão e Paris irão apresentar as coleções para a temporada Outono/Inverno 2015. Confira o que rolou em Londres:


Alexander McQueen:

A alfaiataria sempre vem muito forte quando se trata McQueen. Nesta temporada não foi diferente. Os uniformes aparecem com uma pegada militar, mas estruturados, que remetem ao clássico. Em pouco tempo vemos a juventude florescer nos modelos mais modernos e as cores da temporada. Os detalhes que compõe as peles são: diversos de bolsos utilitários, estrelas bordadas no peito, verde militar, azulão, vinho e o preto de sempre – o floral aparece para quebrar a sobriedade. As calças ganham modelagem que os europeus e americanos já adotaram no último inverno: são bem mais curtas, chegando ao meio da canela. Os sapatos vêm com detalhes em couro, vinil e tachas, os bicos são mais finos, extremamente lindos. Vi muita gente questionar e dizer que a coleção é um tanto quanto retórica. Vamos lá: eu posso classificar como um retórico contemporâneo. Sou suspeito, pois gosto muito de McQueen. Sarah Burton assumiu a marca com maestria e ainda vejo muito da essência do grande mestre nas produções.

"Todos os homens são iguais ao encarar o dever, compartilhando igualmente honra, valor e verdade". Essa frase do texto distribuído à imprensa no desfile masculino de outono-inverno 2015/16 de Alexander McQueen.



Moschino:

Sempre fico apreensivo com Jeremy Scott fazendo coleções masculinas para Moschino, pois o cara consegue ser irreverente e divertido ao mesmo tempo. E esse ano não foi diferente. Jeremy apresentou produções bem humoradas com uma ideia conceitual. O ponto de partida foi um editorial do fotógrafo Bruce Weber nas montanhas. Mas, sua leitura foi bem contrária da inspiração inicial no qual as fotos de Weber que eram preto e branco. Ao contrário, Scott trazia muita cor e texturas exageradas com patchwork de tricô ou xadrez, paetê, oversize, calças baggys e peles falsas estampadas com animal print.  

Jeremy Scott definiu para a imprensa sua coleção dessa maneira: "Eles estão em uma floresta cheia de neve, mas caminho da rave".



Burberry:

Christopher Bailey seguiu o posto de criações que vem apresentando. Ele focou no Oriental, misturando novos materiais em modelagens clássicas. A bolsta-totem Carryall, o óculos receituário Scholar e as mantas e echarpes com franjas são apenas alguns dos acessórios charmosos da nova coleção masculina Burberry. Destaque: As sobreposições feitas com extremo bom gosto através do mix de texturas e cores, se fundindo com muita harmonia. 

Do cotelê ao animal print usado com o clássico xadrez Burberry e no lenço amarrado no pescoço a marca traz um homem clássico e moderno ao mesmo tempo glamouroso. Além do animal print com xadrez, tem floral, camuflado e mix de pesos e texturas que faz a total diferença no look final. A calça aparece mais curta, dois dedos acima do tornozelo, e os ternos e casacos estão longe do corpo. A forma rústica da coleção se contrapõe com a sofisticação que as peãs carregam consigo.



Topman:

Irreverência é o codinome da Topman, trazendo as mais variadas tendências para o fast fashion, onde, vamos admitir: a marca é sem dúvidas a mais competente nesse quesito. Nesse ano a Topman fala de Bombaim e a banda pop dos anos 70's Bay City Roller, que resultou no título de "Bomaby City Rollers". No primeiro look, os anos 60 e 70 gritaram. A psicodélia aparece forte, mas sem perder a característica futurística dos tempos atuais, trazendo o glam de volta. A alfaiataria aparece forte com golas altas, casacões peludos, ponchos, coletes, estampas, cachecol e o quadriculado, um marco da coleção. Da boyband, os jeans, as bocas largas dobradas das calças, as jaquetas, macacões e os patchs. A coleção poderia ser resumida como "um retrô divertido".



Sibling:

Think pink, overdose rosa nas passarelas, essa moda pega? Pois bem, a Sibling levou uma coleção repleta de peças rosa para a passarela de Londres, até os cabelos eram rosa! As roupas vão do uniforme inglês escolar ao dorso nu, passando por casacos peludos, acabamentos em pelúcia e muito tricô. Os acessórios são ursos de pelúcia, mochilas, cachecol e gravatas, tudo predominantemente rosa. Algumas peças apareceram contrastando com o preto, branco e cinza, o que fez o rosa ser mais dominante ainda. Há quem diga que foi tudo muito punk, mas isso não tem nada de punk, a coleção foi é clubber total. 




Outros momentos que chamaram a atenção em Londres foram:

A Agi&Sam usou modelos desfilando com blocos de montar colados no rosto.


A Maharishi levou ninjas urbanos às passarelas de Londres, misturando a silhueta oriental e rostos cobertos com peças de 'streetwear'.


O polêmico Christopher Shannon garantiu o tom político da temporada, fazendo críticas a sociedade britânica que segundo o estilista, está passando por um momento de crise. Suas malhas levavam a imagem de sacolas com listras azuis e vermelhas, que remetem a maior rede de supermercado do Reino Unido, a Tesco, que está passando por uma gestão radical de redução de custos. As blusas trazem sacos com as frases e palavras: "obrigado por nada", "salve-me" e "falido". Apesar do tom de crítica, a nova coleção tem veia pop.


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