sábado, 20 de janeiro de 2024

"Meninas Malvadas" volta aos cinemas com um musical modernizado

That's so fetch! A nova versão de #MeanGirls 💋 é tão boa quanto a primeira. O formato em musical funcionou MUITO. A trama é a mesma, mas o sabor é totalmente novo, o elenco e as musicas trouxeram um molho que nos permite degustar os personagens tendo novas sensações.

A Cady Heron interpretada por Angourie Rice soa mais inocente e vítima das situações do que a de Lindsay Lohan fez parecer em 2004. A Karen Shetty de Avantika Vandanpu é muito mais cômica e tonta do que a anterior feita por Amanda Seyfried, e eu amei. Achei a Gretchen Winers de Bebe Wood menos engraçada, menos histérica, menos cômica e menos expressiva que Lacey Chabert, mas é mais apaixonante, porque ela é muito mais sensível e humana agora. A cena musical dela no filme de 2024 faz com que você fique triste e se comova com a aprovação que a Gretchen precisa da Regina, já as cenas de 2004, essa necessidade da personagem de agradar a Regina é transmitida de maneira muito mais cômica do que dramática. A música do filme que está em cartaz até tem uma letra engraçada, mas a instrumental melancólica faz você querer colocar a Gretchen no colo e tirar ela daquela relação de amizade tóxica.

O novo Aaron Samuels não tem cara de ser popular, o Jhonathan Bennet neste papel era muito mais sexy, e Christopher Briney parece um garoto virgem sem muita influência no filme. O Dammian Hubbard feito por Jaquel Spivey se conecta muito mais com o público gay, amante de cultura POP do que o interpretado por Daniel Franzese. A Janis Sarkisian de Auli'i Carvalho é bem menos alternativa e mais delicada que a Janis de Lizzy Caplan, neste caso, eu acho que faltou mais rigidez na personagem, e um visual mais punk e menos POP. Na versão atual eles aprofundam o quanto o conflito da Janis com a Regina a impactou, e o fato dela ser lésbica não fica nas entrelinhas, ela é de fato colocada com uma personagem lésbica agora. 

A Regina George atual, feita por Renné Rapp não é magra, então a preocupação da personagem com o ganho de peso não faz muito sentido, ela já é uma garota plus size desde o início da trama. Renné é uma atriz bonita, mas não tem o ideal de beleza padrão e engessado da sociedade que endeusa os corpos que vestem P ou PP. O fato dela ser a mais desejada e invejada do colégio sendo uma garota plus size não parece ser uma realidade muito possivel no presente, ainda mais em uma época que as redes sociais colocam os corpos magros no topo do engajamento, esse assunto da desconstrução do padrão de beleza ainda é muito recente, então o deslumbre com a beleza da Regina de 2024 pareceu muito mais um cenário possivel no futuro do que na realidade do tempo que a trama se passa. Em contra partida os números musicais dela no filme são os melhores na minha opinião. Ela tem muito mais jeito de vilã do que a Regina George interpretada por Rachel McAdams, que é a mais Barbiezinha e plástica das duas versões! Enquanto a Regina de 2004 é mais falsa e manipuladora, e deixa os alunos da escola ter dúvidas do caráter dela por conta de toda dissimulação, a de 2024 é mais agressiva e explicitamente má para todos sem pudores.

A mudança no elenco adulto do filme não interfere tanto, pois os personagens são secundários demais, e uma parte dele se manteve igual. Dois atores que se mantiveram em seus papéis é o Sr. Duvall (Tim Meadowns) e a Srta. Norbury (Tina Fey), que em 2004 tinham um crush um no outro, mas que em 2024 são casados, mostrando uma evolução do casal com o passar dos anos. O acréscimo dos números músicais deixou muitas cenas icônicas da versão de 2004 de fora, como a cena em que a Cady Heron cai na lixeira, quando os alunos do colégio falam sobre a Regina George, da ligação telefônica entre as quatro meninas, ou quando a Karen faz a previsão do tempo com os seios, e eu realmente senti falta dessas e de algumas outras cenas. O número do músical de Natal das patricinhas poderia ter mantido a música original, embora o novo fim para esse ato tenha sido muito mais impactante e humilhante para Regina. Enquanto no clássico o filme é muito mais sobre a Cady Heron, eu sinto que a Regina George na versão de 2024 consegue atrair todas as atenções pra ela, quando ela aparece e é o ponto alto do filme.

Faltaram cenas sim, mas acrescentaram ótimos números musicais para compensar a ausência delas. As comparações entre os elencos não torna um elenco melhor que o outro quando a gente faz um balanço geral das duas versões, só são sensações e leituras diferentes dos personagens. Tina Fey não errou antes, e não errou agora. Os dois filmes são mesmo ótimos e viciantes, a história contada se mantém atual, gostosa, jovam e recomendável pra quem quer assistir um filme de humor leve e atemporal!

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