segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A monogamia é um empecilho nos relacionamentos homoafetivos?

Há muitos casais gays vivendo a experiência de um relacionamento aberto, e eles não adotaram essa ''medida de relacionamento'' por desgaste ou falta de interesse sexual. Acreditem, há mais casais gays que se relacionam de forma aberta tendo relacionamentos duradouros do que casais gays monogâmicos. Parece que aquele lance de amor e sexo não serem a mesma coisa é de fato real. Ter a liberdade de não estar preso a uma pessoa e estar junto dela por amor, mesmo que haja interesse por outras pessoas pode sim ser saudável para relação.


Todo relacionamento tende começar de maneira monogâmica, a exclusividade afetiva não é uma obrigação, deveria ser uma escolha, mas a realidade é que há uma cobrança muito grande por isso e a frustração é quase sempre inevitável, por troca ou traição. Depois de um certo tempo de relacionamento é natural que haja uma vontade mútua de se aventurar em outros horizontes, os mais tradicionais retraem a ideia dentro de si, mas com o passar dos anos acabam não se sustentando, traindo ou dando fim a relação.

Independentemente da configuração do relacionamento ser ou não monogâmico, a psicanalista Sandra Teixeira entende que os casais precisam manter sempre o diálogo. "Uma relação é um acordo, um trato. Em todas elas se estabelecem critérios, desde a questão 'estamos namorando ou ficando?' a pergunta 'queremos ficar juntos para sempre?' ". Pondera. "Dar flexibilidade a esse acordo é possível, principalmente depois da fase inicial da paixão, caracterizada por um maior sentimento de posse. A relação aberta é mais uma questão de lealdade do que de fidelidade", prossegue a psicanalista.

Mesmo com o casal estabelecendo acordos, a relação pode enfrentar obstáculos, de acordo com o psicólogo Klecius Borges, especialista em terapia homoafetiva.  "O primeiro é a insegurança, seguido do ciume e do medo", inúmera o especialista, acrescentando ainda a competitividade como um fator negativo. "Quando se fala de dois homens, existe a tendência de haver competição e comparação. Nessa situação, um dos parceiros começa a se perguntar se ele é pior ou melhor que a terceira pessoa".

Entretanto, Klecius considera que o maior impedimento é o fator de um dos parceiros não se sentir confortável com esse arranjo. "Quem não quer realmente o casamento aberto fica desconfortável, não consegue lidar com a situação. Já quem não quer ser monogâmico se frustra por não viver um relacionamento aberto de verdade", conclui o psicologo, indicando que a tendência é um relacionamento assim não sobreviver.

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