“Não Se Mexa”: um suspense claustrofóbico com bons momentos — mas que podia ir além
Um thriller de sobrevivência minimalista esta na Netflix com produção assinada por ninguém menos que Sam Raimi. Não Se Mexa (Don’t Move, 2024) tem atmosfera tensa e uma premissa instigante, mas se perde em clichês narrativos e personagens pouco profundos. Confira nossa análise completa abaixo!
A premissa: corrida contra o tempo e a própria paralisia
No centro da trama está Iris (Kelsey Asbille), uma mãe enlutada que, ao visitar um parque na Califórnia, encontra um homem aparentemente gentil chamado Richard (Finn Wittrock). Após uma conversa sensível, ele a sequestra e injeta um composto paralisante. O espectador acompanha uma corrida desesperada pela sobrevivência — enquanto o tempo corre e o corpo de Iris vai cedendo à injeção. A narrativa é de alto risco, ainda que simples.
Atmosfera e visual: tensão visual bem construída
A ambientação é um dos pontos fortes. A direção de Adam Schindler e Brian Netto cria um clima sufocante, com planos que reforçam o isolamento de Iris e a implacável progressão da droga em seu corpo. A trilha sonora e o design de som ajudam a aumentar essa impressão claustrofóbica, especialmente quando o tempo se torna uma ameaça tangível.
Atuação: entrega física intensa, mas bloqueada por limitações
Kelsey Asbille carrega praticamente todo o peso dramático com uma performance física — olhos, gestos e expressão corporal — que busca transmitir o terror de uma mulher paralisada, em luto e com o mundo desmoronando ao redor. Apesar disso, sua atuação nem sempre consegue carregar a intensidade emocional esperada.
Finn Wittrock, por sua vez, cria um antagonista ameaçador, mas sem motivações claras — um vilão funcional, mas superficial.
Onde o filme pesa: roteiro previsível e personagens unidimensionais
A crítica mais recorrente está na narrativa: personagens com arcos reduzidos ao luto, motivações simplórias e decisões clichê que comprometem a imersão. Enquanto Iris é movida apenas pela dor, Richard é apenas um estereótipo de psicopata. Isso enfraquece o conflito central e deixa a proposta interessante do filme se desfazer no caminho.
O que a crítica falou
• O Rotten Tomatoes apresenta uma aprovação de 72% dos críticos, embora apenas 51% do público tenha aprovado
• O The Guardian ressalta que o filme entrega tensão e sequências criativas, mesmo quando a execução não é impecável
• Em resenhas brasileiras, como na Omelete e Callango Nerd, há elogios à atmosfera e algumas cenas marcantes, mas críticas ao fato de a trama escorregar para fórmulas batidas.
Pontos positivos
• Atmosfera visual imersiva e direção eficaz
• Premissa intrigante de “corrida contra o tempo”
• Performance física intensa de Kelsey Asbille.
Pontos negativos
• Roteiro previsível e personagens superficiais
• Falta de profundidade narrativa e emocional
• Vilão sem complexidade que perde impacto
No fim, Não Se Mexa é um suspense funcional: entrega tensão e momentos fortes, mas pouco memorável. Uma boa opção para quem busca entretenimento rápido e claustrofóbico, mas sem grandes ambições.
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