segunda-feira, 5 de março de 2018

Desculpe-me pelo que a minha ansiedade me levou a fazer !


Quero que você saiba que não fui eu, foi minha ansiedade. Não sou eu, é um desequilíbrio químico em meu cérebro. Não é quem eu sou totalmente, é apenas uma parte de mim. A ansiedade me faz falar rapidamente, ou apenas não falar. Ela me faz ficar acordado até tarde, perambulando até as 4 da manhã enquanto minha mente ainda corre uma maratona.

A ansiedade me faz ter olheiras tão escuras que nem o mais caro dos corretivos pode combatê-las. Ela faz meus olhos queimarem enquanto eu olho para o sol da manhã e tento me livrar da exaustão. Ela me deixa realmente cansado.

Me desculpe pelo que minha ansiedade me levou a fazer. Você precisa saber que esse não sou eu. Não é quem eu sou ou quem eu quero ser. É a ansiedade. A ansiedade faz com que eu vá sem parar. Ela faz com que eu vá vá e vá até acabar meu gás. Ansiedade me faz recomeçar de novo, e de novo, e de novo. Ela me faz falar coisas que eu não deveria dizer. A ansiedade me transforma em alguém que eu não quero ser.

A ansiedade me faz perder alguns relacionamentos. Ela me deixa paranoico sobre ninguém me amar de verdade. Ela me faz cancelar encontros porque tenho medo. Ela faz minhas mãos tremerem por motivo algum. Ela me faz achar que estou ficando louco.

A ansiedade me faz ficar em casa quando o tempo está lindo e ensolarado. Ela me faz não encontrar meus amigos ou parentes, mesmo que eu queria encontrá-los. Ela me faz tomar uma pílula toda manhã para combater os demônios na minha cabeça. A ansiedade me faz pensar as piores coisas sobre mim mesmo.

A ansiedade me diz que não sou bom o bastante, que não sou forte o bastante. Ela me diz que sempre estarei sozinho e que sempre será assim e que ninguém nunca irá me amar. Me diz que nunca superarei meus antigos relacionamentos, não importa quanto tempo passe. A ansiedade faz com que eu me torne uma versão mais triste de mim.

Ela faz com que eu fique pessimista e não possa beber álcool sem que isso culmine em uma crise de choro imparável. Ela me deixa com medo do amor. Ela me faz cancelar meus planos. Ela me deixa sem esperança, ela faz com que seja tão difícil respirar quando tudo que eu quero é respirar.

A ansiedade faz com que eu esconda minhas mãos das pessoas para que elas não possam ver minhas unhas ruidas. Ela me faz pensar que não há sentido algum em acordar, que há muito mais escuridão no mundo do que eu possa imaginar. Então, me desculpe pelo que minha ansiedade me levou a fazer. Eu lamento pelo que minha ansiedade me diz.

Me desculpe por cancelar com você. Me desculpe pelas mensagens que mandei bêbado. Me desculpa por morder meus dedos até sangrarem. Me desculpe por tentar respirar. Me desculpe por cuspir as palavras ao invés de deixar que meu cérebro acompanhe meus pensamentos. Me desculpe por pensar demais, me desculpe por não conseguir mudar isso. Me desculpe pelo meu cérebro. Me desculpe, mas você tem que lidar com isso.

Espero que você entenda: a culpa é da ansiedade, não minha.

Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Thought Catalog, por Lauren Jarvis-Gibson.

Nenhum comentário:

Postar um comentário