A moda é uma fonte de renda, de expressão artística, um espaço
de integração de pessoas e reflexo de uma mudança comportamental de quem usa e
quem produz. O consumo de moda para ser sustentabilisado em grande massa tem
que ser qualificado para despertar o interesse da sociedade, até por que a
sustentabilidade não é uma maneira de se fazer roupas, é uma maneira de agir,
de ser. Para haver uma cultura e uma sociedade sustentável, deve ocorrer uma
mudança nos indivíduos em sua forma de ser, ocasionando uma reformulação na idéia
de consumo, por que o consumo e o descarte rápido nesse mundo onde tudo se
renova de coleção para coleção, é também uma forma de ser insustentável.
Este consumo frenético acontece por que há uma significação
de que o individuo é mais valorisado por ter aquilo que é a ultima novidade, e
adequado aos novos padrões. Estar vestindo o que está na moda é uma maneira que
as pessoas encontram de se sentirem bonitas, olhadas, acolhidas, e uma
reformulação dessa idéia além de viabilizar um consumo menor, elevaria os
valores reais, fazendo com que haja uma menor exaltação de valores materiais.
As pessoas querem um produto que carregue muito mais do que
a estética, querem um produto que tenha um valor. Há sim uma valorização no
ponto de vista pessoal do consumidor na empresa que não se mantém de trabalho
escravo, e que carrega um selo de aprovação sustentável, o que já é uma
pequena ampliação de consumo justo.
A Hetero Estilo de um grupo voltada para um produto sustentável
é uma maneira de divulgar cultura, comportamento, estilo sem deixar de ser um
beneficio econômico que não degreda tanto a natureza. O consumo em excesso
acabou também fazendo com que a mão de obra de costureiros acabasse valendo misérias,
e essa desmotivação criou uma crise notável no Brasil, que é a falta de profissionais
de qualidade na área, para a demanda atual de designers existentes no mercado e
que precisam deste tipo de profissional.
A diminuição de costureiros e modelistas se dá a uma desvalorização
financeira de mão de obra, na desvalorização cultural e social e a falta de
incentivo no processo de formação deste profissional. Se este trabalho fosse
bem remunerado, respeitado e reconhecido, com certeza haveriam mais pessoas
interessadas em praticar tais atividades na rede de mercado. A moda se
limita muito em reconhecer o designer que criou a nova coleção, não dando espaço
para que os outros profissionais sejam reconhecidos pela realização daquele
trabalho. O anonimato ao não ser reconhecido pelo trabalho realizado realmente
desmotivou em grande escala quem inicialmente se interessou pela costura.
Atualmente na moda a maior parte da demanda é formada por uma penca de peças e
valores raros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário