Outras 2 versões live-action de 'Branca de Neve' para quem não gostou da versão da Disney

A famosa narrativa sobre a princesa órfã, cuja vida é ameaçada por sua madrasta, a Rainha Má, e que acaba envenenada por uma maçã, conhecida pelo nome “Branca de Neve”, registrada e publicada pelos Irmãos Grimm em 1812, é um clássico, tanto que, 88 anos atrás, a trama foi adaptada para o cinema em forma de animação, quando a Disney lançou “Branca de Neve e os Sete Anões”. Esse filme se consolidou como um clássico do estúdio e marcou história por ser o primeiro longa-metragem animado do mundo.

Além das versões em animação e das páginas dos livros, o conto foi explorado em outros formatos, incluindo diversas adaptações em live-action, nas quais a princesa foi vivida por diferentes atrizes. Pensando nisso, eu trouxe a resenha de duas versões live-action de Branca de Neve que eu gostei muito, ambos lançados em 2012.

Resenha: Espelho, Espelho Meu (2012) – Uma releitura divertida e visualmente deslumbrante de Branca de Neve

Se você acha que já viu todas as versões possíveis da história de Branca de Neve, prepare-se para uma surpresa com Espelho, Espelho Meu (2012). Este filme, dirigido por Tarsem Singh, foge da abordagem clássica dos contos de fadas e entrega uma releitura colorida, excêntrica e cheia de humor.

Logo de cara, o que chama atenção é o visual: Espelho, Espelho Meu parece uma pintura viva. Os figurinos extravagantes, assinados pela premiada Eiko Ishioka, e os cenários vibrantes dão ao filme uma identidade visual única que faz você querer pausar cada cena só para admirar os detalhes. É uma experiência visual que te transporta para um mundo de fantasia meio surreal, mas irresistível.

No papel da Rainha Má, temos Julia Roberts, que claramente está se divertindo MUITO. Ela rouba a cena com seu sarcasmo e expressões irônicas, trazendo uma vilã mais engraçada do que aterrorizante. Diferente da Rainha sombria e ameaçadora que conhecemos, essa versão aposta no humor ácido e na vaidade exagerada para cativar o público – e funciona!

Já Branca de Neve, interpretada por Lily Collins, é uma princesa um pouco diferente da tradicional. Ela começa como uma jovem inocente e submissa, mas vai ganhando coragem e força ao longo do filme. No fim, temos uma Branca de Neve mais determinada, que pega uma espada e enfrenta seus próprios desafios, em vez de esperar que o príncipe a salve.

Falando em príncipe… Armie Hammer entrega um charme meio desajeitado e momentos cômicos que quebram o padrão do herói clássico perfeito. A química entre ele e Lily Collins é leve e divertida, embora o foco aqui esteja mais no crescimento de Branca de Neve do que no romance.

Outro destaque são os anões, que ganham personalidades próprias e participam de cenas de ação bem coreografadas. Eles não estão ali só para fazer número – têm um papel ativo na trama e ajudam a construir o clima de aventura.

Espelho, Espelho Meu pode não agradar a quem busca uma adaptação fiel ou sombria, mas se você curte um conto de fadas com um toque de comédia, ironia e uma estética de cair o queixo, esse filme é uma ótima pedida. Não espere grandes reviravoltas ou uma profundidade dramática – o filme é mais sobre a diversão e a jornada de autodescoberta de Branca de Neve.

Vale a pena assistir? Sim, principalmente se você gosta de visuais exuberantes e de um clima mais leve e descontraído. Espelho, Espelho Meu é aquele tipo de filme que não se leva tão a sério e te convida a embarcar em uma aventura divertida, cheia de estilo e boas risadas. 

Resenha: A Branca de Neve e o Caçador (2012) – Uma história mais sombria e uma princesa cheia de ação

Se a imagem que você tem de Branca de Neve ainda é a de uma princesa doce e ingênua cercada por passarinhos, prepare-se para uma virada total com A Branca de Neve e o Caçador (2012). Esse filme dirigido por Rupert Sanders pega o conto clássico e dá a ele um tratamento épico, sombrio e cheio de ação, com direito a batalhas, feitiçaria e uma pegada quase medieval.

A estética do filme é um dos primeiros pontos que chamam a atenção. Tudo tem um ar mais escuro e melancólico, desde as florestas enevoadas até o castelo da Rainha Má. A fotografia cria um clima gélido e sombrio que combina com a narrativa mais séria e tensa. É como se você estivesse assistindo a uma versão do conto de fadas reimaginada dentro de um universo de fantasia estilo Game of Thrones.

Kristen Stewart vive Branca de Neve e, apesar de receber algumas críticas pelo seu estilo mais contido de atuação, entrega uma personagem que vai além da fragilidade inicial. Essa Branca de Neve não é só uma vítima em perigo – ela veste armadura, pega em armas e lidera um exército. A transformação dela em uma líder guerreira é o coração da história, e, embora pudesse ter mais momentos de carisma, o crescimento da personagem é interessante de acompanhar.

Charlize Theron brilha como a Rainha Ravenna, e brilhar não é exagero. Ela interpreta a vilã com intensidade e uma dose de loucura que dá à personagem um ar quase trágico. Ravenna não é apenas má por ser má – ela é obcecada por juventude e poder, e cada cena dela transborda uma energia magnética e ameaçadora. Charlize entrega monólogos dramáticos, olhares frios e uma presença de tirar o fôlego.

O Caçador, vivido por Chris Hemsworth, é outro ponto forte. Ele tem aquela vibe de anti-herói durão, mas com um lado sensível que vai surgindo aos poucos. O personagem traz ação e força física para o filme, além de funcionar como um mentor para Branca de Neve. E sim, Hemsworth também é responsável por algumas cenas de luta intensas que ajudam a manter o ritmo dinâmico da narrativa.

A trilha sonora e os efeitos visuais também merecem destaque. A Floresta Sombria é cheia de criaturas assustadoras, e a transformação da Rainha Ravenna em corvos ou em um líquido dourado é visualmente impactante. O filme não economiza nas cenas grandiosas, seja nas batalhas ou nos momentos de magia.

Vale a pena assistir? Com certeza, se você gosta de contos de fadas com uma pegada mais sombria e adulta. A Branca de Neve e o Caçador não é uma adaptação fofa ou romântica – é uma história de sobrevivência, poder e vingança, cheia de tensão e ação. Pode não ser perfeita, mas entrega uma versão diferente e visualmente impressionante de um conto que todos achávamos conhecer. Então, se você curte fantasia medieval, cenas de batalha e uma vilã que rouba a cena, esse filme é uma ótima pedida. 

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